Aspe responde vice-governador sobre a valorização das bolsas de pós-doutorado da Fapemig
terça-feira, 28/05/24Por Filipe Diniz
Referente à mensagem do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, publicada na mídia social X (antigo Twitter) no dia 24/05, a Associação dos Pesquisadores Agropecuários da Epamig (ASPE) comunica que a recebeu com enorme indignação.
A notícia veicula a valorização das bolsas de pós-doutorado da Fapemig (aumento de 90%), enquanto os pesquisadores agropecuários e docentes estaduais acumulam altas perdas inflacionárias nos últimos 5 anos (30%). Além do agravante dos salários pagos pelo governo de Minas ser bem inferior aos valores comparados aos pares de outras instituições estaduais e federais.
De fato, os valores pagos a todas as categorias de bolsas de estudo, não apenas de pós-doutorado, estão bastante defasados. E a justificativa do governo de Minas, do reajuste das bolsas para esta categoria em específico, segundo as palavras de Simões, é “para valorizar os pesquisadores e incentivar a permanência nos centros de pesquisa daqui”.
Realmente, esse comentário proferido é motivo de muita indignação para os pesquisadores da principal instituição de pesquisa agropecuária do Estado, a Epamig. Vale destacar que esses profissionais lutam diuturnamente nos últimos anos, pelo menos, para terem a reposição das perdas inflacionárias concedidas na remuneração base. Contudo, até o momento, a classe é ignorada pelo Poder Público.
Importante lembrar ao vice-governador, e esclarecer à sociedade mineira, que para esses bolsistas de pós-doutorado ingressarem em uma Instituição de Pesquisa e/ou Ensino, é necessário estarem vinculados a projetos já aprovados por órgãos de fomento à pesquisa, e coordenados por pesquisadores que serão os orientadores destes estudantes.
A Epamig, cuja missão é pesquisar, capacitar e apresentar soluções e inovações tecnológicas para o desenvolvimento sustentável da agropecuária e da agroindústria, em benefício da sociedade, captou R$ 48 milhões em 2023, aporte investido nos 11 Programas Estaduais de Pesquisa, sendo eles: Agroecologia; Bovinocultura; Cafeicultura; Flores, Hortaliças e Plantas Medicinais; Fruticultura; Grãos; Leite e Derivados; Olivicultura; Recursos Hídricos, Ambientais e Piscicultura; Vitivinicultura e Biotecnologia.
Como resultado dos projetos de pesquisa, o Estado de Minas Gerais ganhou grande notoriedade com a produção de qualidade de vinhos, azeites, queijos artesanais, cafés e frutas, consequência de inovações desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de MG, com expansão de setores, geração de empregos e aumento de arrecadação orçamentária.
E isso somente foi possível graças à qualidade dos projetos apresentados à Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig), e demais agências de fomento à pesquisa, como o CNPq e a FINEP. Vale ressaltar que todos os projetos são submetidos às câmaras avaliadoras, e somente são aprovados se estiverem de acordo com as demandas da sociedade, e se os pesquisadores das equipes proponentes apresentam currículos profissionais que atendam às exigências da academia.
No momento, além dos baixos salários e da ausência de um plano de cargos e salários atrativo, os pesquisadores agropecuários estão com graves dificuldades na execução dos projetos aprovados em 2023. Isso se deve à exaustiva carga de trabalho burocrático, em detrimento ao técnico, pelo fato do quadro de funcionários nas áreas técnica e administrativa estar muito reduzido. Demanda decorrente da falta de concurso público e da tão preocupante evasão desses profissionais, que o vice-governador menciona no texto.
Sendo assim, a ASPE enfatiza que não é apenas valorizando a mão de obra de recém-doutores, que o governo de Minas Gerais vai promover a ciência no Estado.
Diretoria-Executiva
Aspe
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ASPE: Em defesa dos direitos e interesses dos Pesquisadores Agropecuários da Epamig.