Pesquisadores associados à Aspe participam de duas missões técnicas na África
Foto: Acervo/João Batista Reis


Experiência adquirida na produção de algodão no Norte de Minas contribuiu para o desenvolvimento do setor na Zâmbia e no Zimbábue

Os pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), João Batista Reis e Maurício Cardoso, participaram de duas missões técnicas na África. Na Zâmbia, de 3 a 10/12; e no Zimbábue, de 11 a 13/12. Ambos os países estão localizados na parte sul do continente.

O objetivo da visita dos especialistas foi avançar na cooperação técnica existente entre o Brasil e as nações africanas, de apoio ao desenvolvimento do setor algodoeiro das localidades. A Epamig é parceira do governo Federal nesta iniciativa.

Cabe destacar que o algodão é uma das principais culturas, e ocupa posição estratégica na política de desenvolvimento agrícola da região sul-africana. Inclusive, é integrante de programas sociais de governos para a redução da pobreza.

Neste sentido, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão pertencente ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), realiza a gestão desses dois projetos internacionais de trabalho em cooperação. O da Zâmbia é denominado de “Fortalecimento da Cadeia do Algodão”, e o do Zimbábue de “Fortalecimento do Setor Algodoeiro”.

Projeto Algodão da Zâmbia

Na Zâmbia, a atividade inicial da primeira missão técnica no país foi realizada em Magoye. No município está localizado o Cotton Development Trust (CDT), ou Fundo de Desenvolvimento do Algodão, em tradução literal do inglês. Uma espécie de centro de pesquisa agropecuária, com o intuito de melhorar a produção de diversas culturas, além do algodão, por meio de estudo e treinamento técnico de extensionistas rurais e agricultores.

“O projeto na Zâmbia está na fase inicial. Por este motivo, as atividades propostas concentraram-se na discussão sobre o protocolo de plantio do algodão, a ser experimentado ainda neste mês de dezembro. Outro assunto abordado foi a elaboração de produtos agroecológicos para o controle de pragas”, explicou o engenheiro agrícola, João Batista Reis, o qual representou a Epamig e a Associação dos Pesquisadores da Epamig (Aspe) na missão à África.

Sobre o protocolo de plantio, uma Unidade Técnica Demonstrativa (UTD) foi instalada nas terras do CDT. Com o auxílio de extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), a área de cultivo do algodão e da irrigação foi toda demarcada para a próxima safra. Esses profissionais mineiros também integraram a comitiva brasileira.

Já no segundo momento do encontro na Zâmbia aconteceu a 1ª reunião do Comitê Gestor do projeto. Na ocasião, a atividade desempenhada foi a de elaborar um parecer analítico, sobre o plano de trabalho proposto para a missão cooperativa internacional. Ela ocorreu na Residência Oficial do Embaixador do Brasil, o diplomata Arthur Henrique Nogueira, em Lusaca, capital do país.

Projeto Algodoeiro do Zimbábue

Após finalizar a missão na Zâmbia, o grupo brasileiro de pesquisadores agropecuários seguiu para o Zimbábue. Nesse país, o projeto de progredir o setor algodoeiro já foi iniciado, encontrando-se em pleno desenvolvimento.

À vista disso, a visitação no Zimbábue contou com a realização da 3ª reunião do Comitê Gestor, promovida pela ABC, em conjunto com os pesquisadores e extensionistas agropecuários mineiros, na capital Harare.

Nesta programação foi discutida a ampliação do projeto cooperativo que está em execução. Dessa maneira, em consenso entre brasileiros e zimbabuanos, ele foi prorrogado por mais dois anos, a ser concluído no fim de 2026.

“Neste Comitê Gestor também foi debatido o plano de trabalho para esses dois anos, principalmente sobre o requerimento de equipamentos agrícolas para as Unidades Técnicas Demonstrativas instaladas em duas cidades. Uma delas é Kadoma, onde está situado o Instituto de Pesquisa do Algodão (Cotton Research Institute, em inglês). A outra é Gokwe, em uma comunidade rural”, esclareceu Maurício Cardoso, pesquisador agrônomo, associado à Aspe.

Outra proposição do plano de trabalho é a realização de eventos, como o “Dia de Campo”, que combina teoria e prática; e seminários agropecuários; tanto no Zimbábue, como no Brasil.

Projeto de Cooperação Técnica

Segundo João Batista Reis, que também é diretor-financeiro da Aspe, as missões foram positivas nos dois países da África, sendo que a expectativa é a melhor possível para os próximos anos.

“O objetivo principal desta cooperação internacional é contribuir para o fortalecimento da economia africana. Além de incentivar a parte social, com o desenvolvimento pleno do setor algodoeiro, para beneficiar mais de 300 mil agricultores familiares”, concluiu o pesquisador.

Entre as atividades a serem desempenhadas pelos integrantes do grupo de trabalho dos projetos, nos próximos anos, inclui a validação de sistemas de cultivo, compartilhamento de tecnologias agrícolas, treinamento de técnicos locais, e fornecimento de sementes de algodão.

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ASPE: Em defesa dos direitos e interesses dos Pesquisadores Agropecuários da Epamig.