Pesquisadores da Epamig conduzem estudos sobre cultivos agrícolas sob painéis solares fotovoltaicos

Sistema agrovoltaico integra a produção agrícola e a geração de energia no mesmo espaço agrário

Com a proposta de implementar módulos de geração de energia fotovoltaica acima de áreas de cultivos de alimentos, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) empreendem a inédita e inovadora solução em algumas regiões do estado.

No modelo tradicional de captação de energia solar, as placas são instaladas rentes ao solo, o que inviabiliza o uso simultâneo do terreno para outro tipo de atividade rural, como a agricultura e a pecuária.

Pensando nisso, uma pesquisa de desenvolvimento científico e tecnológico foi iniciada pelos pesquisadores da Epamig. O intuito é criar alternativas para integrar ambas as atividades, de modo a otimizar o uso do solo e o custo da operação, além da possibilidade de expandir este modelo inovador de negócio a outras localidades.

Sendo assim, o projeto iniciou-se em agosto de 2023, e os testes de viabilidade e adaptabilidade ainda serão implantados no Campo Experimental Mocambinho, no município de Jaíba, no Norte de Minas, onde serão cultivados alface, feijão, melão e morango; e no Campo Experimental de Santa Rita, em Prudente de Morais, na região Centro-Oeste, onde serão testados o comportamento de bezerras leiteiras e a produtividade de pastagens.

“Essas culturas foram escolhidas por serem relevantes nas duas regiões onde os experimentos serão conduzidos. E, também, pelo fato de possuírem um ciclo de produção agrícola mais curto, adequando-se melhor ao cronograma inicial do projeto, de 30 meses”, esclarece a pesquisadora agropecuária e coordenadora do estudo, Polyanna Mara de Oliveira.

A engenheira agrícola, filiada à Associação dos Pesquisadores Agropecuários da Epamig (Aspe), ainda detalha que quatro áreas produtivas, de aproximadamente 400m², receberão painéis de diferentes modelos, sendo os monocristalinos tradicionais e os bifaciais, que captam energia de ambos os lados, instalados nos sistemas fixo e tracker (se movimentam conforme o deslocamento do sol). A instalação das usinas e das culturas está programada para janeiro de 2025.

“Após a finalização do período de cultivo e manejo animal, iremos comparar os dados de produção vegetal e animal com os cultivos e manejos testemunhas, ou seja, sem a implantação das placas de energia solar na área, ocasião em que avaliaremos os resultados deste novo modelo promissor de dupla operação”, conclui a pesquisadora.

Este estudo científico é realizado pelos pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (Cpqd), um dos maiores centros de Telecom da América Latina. É financiado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e conta com a consultoria do Instituto Fraunhofer, criador da tecnologia.

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ASPE: Em defesa dos direitos e interesses dos Pesquisadores Agropecuários da Epamig.